Os “analistas financeiros” têm indicadores que permitem perceber a saúde financeira da sua empresa. Vejamos um desses indicadores, o Rácio da Autonomia Financeira (AUF), que pode ser útil na análise da viabilidade de um projeto empreendedor ou da situação em que a empresa se encontra, caso já esteja em funcionamento.
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Índice
Autonomia Financeira (AUF) o que é
O indicador de Autonomia Financeira revela a medida em que o ativo total é suportado ou financiado pelos capitais próprios da empresa (Cp´) ou seja, em que percentagem os capitais financiam o ativo.
O capital próprio da empresa é o somatório do capital social e dos resultados líquidos, quer do período em análise, quer os que anteriormente foram colocados como reservas ou resultados transitados.
Este rácio mostra-nos a comparticipação dos sócios no montante do investimento feito na empresa.

Como se Calcula a Autonomia Financeira – AUF
Vamos exemplificar com um caso em que os Capitais Próprios são 34.000€.
Rubricas | Valor | Destino | Balanço |
---|---|---|---|
Disponibilidades | 5 000 € | Aplicações | Ativo |
Créditos C/ Prazo | 10 000 € | Aplicações | Ativo |
Existências | 15 000 € | Aplicações | Ativo |
Imobilizado Líquido (IL) | 40 000 € | Aplicações | Ativo |
Débitos C/ Prazo | 11 000 € | Origens | Passivo |
Débitos M/L Prazo | 25 000 € | Origens | Passivo |
Capital Próprio (Cp´) | 34 000 € | Origens | Situação Líquida |
O Ativo Total ou Capital Empregue é a soma de todas as origens do capital, seja o próprio, seja o que tem origem em débitos que ainda terão de ser pagos. Essa soma, neste exemplo, é de 11.000€+25.000€+34.000€=70.000€.
Assim,
AUF = Capitais Próprios (Cp´) / Ativo Total (Capital Empregue) = 34.000/70.000= 0,56
Como Se Pode Interpretar
Um valor baixo indica uma grande dependência da empresa em relação aos credores e torna difícil a negociação de novos financiamentos.
Ao invés, quanto maior a Autonomia Financeira, maior será a solidez e a independência da empresa de capitais alheios ou programas de apoio.
Vamos admitir que a empresa tem de aumentar o seu endividamento, recorrendo a um empréstimo bancário. A Autonomia Financeira diminui porque aumenta o ativo total e o capital próprio se mantém. É a vertente do passivo e neste caso o empréstimo que aumenta.
No entanto, quando a empresa acumula resultados positivos a situação líquida, ou seja, o capital próprio melhora, aumentando a autonomia financeira.
Alguns autores referem que este indicador ou rácio deve ser entre 0,30 e 0,60, isto é 30% a 60%.
Partindo da situação em que se encontra, deveremos simular cenários de desaceleração do negócio e verificar o impacto que terá nos vários valores e indicadores referidos.
Para fazer face a eventuais necessidades de tesouraria, ter-se-á, provavelmente, de pedir um empréstimo ou candidatar a algum tipo de apoio que possa existir.
Este indicador é um dos que as instituições de crédito valorizam na sua análise.
De facto, quanto maior o valor da Autonomia Financeira maior é a probabilidade da empresa poder fazer face às suas responsabilidades, em particular em caso de liquidação.
Em todo o caso, conhecer estes valores e os indicadores de desempenho ajudarão nas opções a tomar.
É uma informação relevante que deve constar no Plano de Negócios.
Como Podemos Comparar com a Concorrência
Por vezes é importante compararmos os nossos resultados, sejam eles ainda previsionais sejam reais, com os da concorrência.
Por exemplo, na fase em que estamos a planear um projeto empreendedor é importante perceber como a concorrência opera no nosso mercado.
Para saber o Rácio da Autonomia Financeira de um concorrente ou de um parceiro de negócio podemos obter relatórios de empresas através do Portal Governamental e, também, existem empresas especializadas onde podemos obter informação das empresas para podermos comparar.
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