Portugal é um país com uma longa tradição na produção de vinhos de qualidade. Existem várias regiões vinícolas em todo o país, cada uma com suas próprias uvas e estilos de vinho. Para bem saborear os vinhos portugueses, é importante conhecer um pouco da história do vinho português e seguir algumas dicas simples.
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Índice
A escolha entre os vários vinhos portugueses
Portugal produz vinhos tintos, brancos e rosés numa grande diversidade de estilos.
No ranking dos produtores nacionais, a revista Wine & Spirits colocou em 2019, cinco produtores portugueses no topo dos 100 produtores de vinho do mundo:
- W&J Graham’s
- Quinta do Noval, região do Douro
- Taylor Fladegate, região do Douro
- Soalheiro, região do Vinho Verde
- Luís Pato, região da Bairrada.
Cada região vinícola tem características peculiares, provenientes da casta das uvas, do tipo de solo, do clima, da topografia e das técnicas de produção (“terroir”).
Algumas das regiões mais conhecidas em Portugal e que são importantes na escolha do vinho português:
- Douro
- Lisboa
- Alentejo
- Vinho Verde, Minho
- Setúbal
- Alentejo
- Beira
- Dão
- Algarve
- Bairrada
- Valpaços
- Bucelas
- Colares
- Carcavelos
Outro critério é verificar se tem o selo de Denominação de Origem Controlada (DOC) e algum prémio nacional ou internacional.
A região do Douro tem uma história interessante pois foi designada e protegida pelo Marquês de Pombal, como região demarcada.
Foi o Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo) que demarcou a região dos vinhos do Douro em 1756 e, para garantir a qualidade do vinho aí produzido, criou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, também conhecida por Real Companhia Velha.
É a região demarcada mais antiga do Mundo e Património Mundial da UNESCO desde 2001 e célebre pela produção do Vinho do Porto.

No vinho branco, as castas mais famosas são o Bical, Alvarinho, Arinto, Encruzado e Fernão Pires.
No vinho tinto, as castas portuguesas mais famosas são a Baga, Castelão, Touriga Nacional, Trincadeira, Aragonez, Alfrocheiro e Touriga Franca.
O vinho verde é uma DOC e tem vinhos brancos, tintos, rosés e até espumantes. Estes vinhos são produzidos no norte de Portugal e têm um perfil aromático e gustativo diferentes dos restantes.
Por outro lado, o ano da colheita pode ter um impacto significativo na qualidade do vinho.
Nos anos mais quentes os vinhos são em geral mais encorpados e com mais sabor.
Sensações visuais do vinho português
No caso dos vinhos portugueses, é importante olhar para a cor e viscosidade.
Os vinhos tintos mais jovens tendem a ter uma cor mais intensa enquanto os mais velhos podem ter uma cor mais clara.
Os vinhos brancos mais claros são, em princípio, mais leves enquanto os mais dourados tendem a ser mais ricos e encorpados.
Uma maior viscosidade do vinho pode indiciar um maior teor alcoólico.
As sensações olfativas do vinho português
O aroma é outra vertente da experiência de saborear um vinho português.
Para haver uma maior libertação dos aromas, deve agitar-se o vinho.
Em seguida cheirar profundamente para detetar todas as nuances dos “perfumes” que ele exala. Podem ser aromas de frutas, flores, especiarias e madeira.
Os vinhos mais jovens normalmente têm aromas mais frescos e frutados enquanto os mais velhos apresentam aromas mais complexos.
O sabor do vinho português
A primeira sensação deve ser proveniente de um pequeno gole e deixar o vinho circular na boca e só depois o engolir.
As sensações que se têm na língua e no palato são diferentes do sabor que sentimos quando o vinho passa pela garganta.
Isto ajuda a apreciar as várias nuances do sabor do vinho, como as frutas, especiarias, carvalho e notas mais terrosas como os minerais.
Os vinhos tintos podem ser encorpados e tânicos, enquanto os brancos podem ser leves e refrescantes.
Harmonizar o vinho português com a comida
Todos os alimentos podem ser acompanhados com vinho.
Vai depender da forma como está a querer disfrutar essa combinação.
Por exemplo um prato suculento, como um bife ou cozido à portuguesa pode ser acompanhado com um vinho robusto, enquanto um vinho branco ou rosé leve pode ser ótimo para acompanhar um peixe grelhado.
Mas também pode querer compensar a robustez do prato com a frescura de um vinho mais leve e vice-versa.
Beber um vinho verde, para criar uma grande diferenciação entre a comida e a bebida, pode ser outra das opções.
E claro, sempre com moderação.
Um Mundo de sensações reais e virtuais
É um mundo de sensações, visuais, olfativas e gustativas.
Mas também auditivas pois desde a saída da rolha da garrafa até ao vinho a cair da garrafa ou do decantador para o copo, o nosso ouvido também fica encantado com o som produzido.
Mas além destas sensações reais, se fecharmos os olhos ao saborear o vinho e pensarmos na história tão antiga que lhe está subjacente, então teremos um efeito sublime no nosso corpo e espírito.
O vinho português já vem dos tempos dos romanos que o produziam em talhas ou ânforas, há mais de 2.000 anos.
E alguns produtores têm vinhos produzidos com a mesma técnica, o vinho da talha.

É uma tradição em Portugal, especialmente na região do Alentejo onde são produzidos em grandes vasos de argila.
Ou a forma como o vinho é produzido em condições de extrema dificuldade, como é o caso dos vinhos produzidos na Ilha do Pico nos Açores, o vinho do Pico.

As vinhas estão situadas na parte terminal das lavas basálticas que deram origem às ilhas, tornando um mistério como é possível fazer ali vinho.
Um artigo muito interessante mesmo, em especial para apreciadores leigos de enologia, como é o meu caso. Dá gosto ver apresentadas com tanta simplicidade as coisas simples ligadas ao vinho.