A Ronca de Elvas é um instrumento musical que faz parte da tradição nos cânticos do Natal de Elvas.
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A Ronca de Elvas
Tem muitas designações noutros locais no mundo, como Zamburra, Sarronca, Zebreira e Zambomba. Pensa-se que este engenho tenha sido trazido pelos muçulmanos que ocuparam a Península Ibérica.
Pode ser feito com um alcatruz de nora de água ou uma panela de barro e no seu bocal coloca-se uma membrana em bexiga animal, sendo hoje, a mais usual a de cabra ou cabrito.
Os alcatruzes descem vazios para o poço de água, são cheios de água no fundo e quando sobem e atingem a posição mais elevada vertem a água para uma calha que a conduz para o local de destino.
Em Portugal também se usam alcatruzes, como armadilhas para a apanha de polvos.

Os Ronqueiros
Utiliza-se uma cana que o “Ronqueiro”, com a mão molhada, fricciona na cana fazendo com que a pele vibre, produzindo um som peculiar. Dependendo da forma e do tamanho da Ronca, os sons emitidos são diferentes.
Grupo da Ronca de Elvas
É um dos grandes promotores da Ronca de Elvas. Mantêm a tradição de se juntarem nos espaços públicos tocando e cantando sobre uma base poética tradicional, nos cantares do Natal de Elvas.
As roncas são considerados como instrumentos pessoais e só o seu dono as pode usar. Algumas têm sinais específicos que o artesão lhes confere, tornando-as peculiares.

O Fabrico
É uma arte em vias de extinção e que os elvenses cuidam muito em reativar. Luís Pedras é o artesão que mantém vivo o fabrico destas roncas. É um estudioso de cerâmica e dos diferentes percursos e evolução que teve, primeiro nas países asiáticos e, mais tarde, na Europa. O domínio dos fornos e das temperaturas que podem atingir, fazem a diferença. Luís Pedras sabe como é e faz dessa ciência a sua arte.
Tenta em conjunto com o Município certificar a tradição do uso e fabrico da Ronca de Elvas, nas tradições natalícias, como Património Cultural.
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One thought on “Ronca de Elvas, uma tradição do Natal de Elvas”
Espectacular!
Desconhecia completamente a existência da ‘Ronca de Elvas’.
Parabéns, Pedro, por este artigo, manténs o teu ‘Pássaro’ sempre a voar alto!!!… 🙂