O Parque e Palácio de Monserrate em Sintra, uma visita plena de romantismo. Sir Francis Cook e os jardins dos cinco continentes contam histórias deslumbrantes!
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A Capela de Monserrate
Diz a lenda de Monserrate que um moçárabe morreu a combater um árabe, provavelmente o Alcaide, senhor dessas terras. Nesse local seria sepultado e erguido um pequeno Santuário que o tempo fez ruir.
E, para relembrar esta memória lendária, foi erguida pelo Padre Gaspar Preto, em 1540, uma Capela a Nossa Senhora de Monserrate.
Em 1718 D. Caetano de Melo e Castro, Vice-Rei da India, adquire essas terras, as quais irão ser mantidas por caseiros, já que o Vice-Rei e família estão em Goa.
Na sequência do terramoto de 1755 as casas ficam muito afetadas, tornando-as praticamente inabitáveis e ficando, assim, esta propriedade ao abandono.
Em 1790 a neta de D. Caetano que ainda vivia em Goa, alugou a propriedade de Monserrate a Gérard DeVisme, um inglês negociante de madeira. Embora este não fosse seu dono, nela constrói um castelo do tipo medieval.

O Castelo Medieval de Monserrate
A construção que Gerard DeVisme fez erguer, com duas torres cilíndricas em cada extremo e com telhados em forma de cone, conferem-lhe um aspecto de castelo neogótico. Apesar de várias alterações ao longo do tempo, a estrutura básica mantém-se ainda hoje.
O aluguer da propriedade passou para William Beckford em 1794, depois da saída de DeVisme que regressou a Londres.
São conhecidas as grandes festas que Beckford realizava neste local, com amigos e intelectuais. Chamavam-lhe o “Califa Vathek”, herói de um conto seu.
George Byron, poeta britânico, mais conhecido por Lord Byron, fica completamente fascinado com o ambiente envolvente do Parque e Palácio de Monserrate. A frase, “The glorious Eden”, que usou para se lhe referir na sua obra “Childe Harold´s Pilgrimage”, foi escrita em 1809.
O Parque e Palácio de Monserrate. Francis Cook
Sir Francis Cook, milionário inglês com fortuna feita no negócio têxtil, casou em Lisboa em 1841, com a filha de outro mercador, também inglês. Passava algumas temporadas em Sintra onde então D. Fernando II, casado com a Rainha Dª Maria II, construía o Palácio da Pena sobre as ruínas do velho Convento da Pena. O Palácio da Pena foi construído e sendo ampliado, entre 1839 e 1860. Parece um conto de fadas.

Francis Cook conhece Monserrate, onde William Beckford, seu conterrâneo, tinha passado alguns tempos e já feito remodelações nos jardins.
Em 1856 os donos da propriedade vendem-na a Francis Cook, que reconstrói o Palácio de Monserrate, contando, para isso, com um paisagista, um botânico e um jardineiro britânicos.
Tirando partido do clima local, desenha um parque ao modo a que está habituado na sua terra natal, plantando-se mais de mil árvores e espécies vindas de todo o mundo.
Em 1858 Francis Cook contrata um arquiteto vitoriano, James Knowles, para planear uma nova remodelação do Palácio de Monserrate, aproveitando as fundações que já existiam. A construção é realizada entre 1863 e 1865, respeitando a traça deixada por Beckford. A arquitetura é simétrica, ao invés da construção do Palácio da Pena de D. Fernando II.

Cook foi tornado Visconde de Monserrate, um título criado pelo Rei D. Luís I de Portugal.
Em 1949 a propriedade dos Cook, foi comprada pelo Estado Português. Toda esta zona do Parque e Palácio de Monserrate é hoje considerada Património da Humanidade e classificada como Paisagem Cultural de Sintra, desde 1995. Foi, aliás, a primeira “Paisagem Cultural” a ser inscrita como Património Mundial.


Os Jardins de Monserrate
Os jardins são um mundo botânico representativo dos cinco continentes.
O romantismo de Cook leva-nos por caminhos onde convivem as várias espécies desde os sobreiros portugueses aos bambus japoneses.


Videos com o Parque e o Palácio
Localização do Parque e Palácio, perto de Sintra
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