Ajuda é o nome da zona, em frente ao Rio Tejo e ao Palácio de Belém, na colina a Norte do Mosteiro dos Jerónimos. Foi aqui que, dois guardadores de cabras ergueram uma pequena ermida, no Século XV, para alojar uma imagem de Nossa Senhora que os ajudava e protegia a quem a ela recorresse. Ficou, por isso, conhecida como Nossa Senhora da Ajuda. O Palácio da Ajuda, o Jardim Botânico e a Real Barraca foram aqui construídos.
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Índice
A História do Palácio da Ajuda
O Rei D. João V, adquiriu em 1726, várias quintas nesta zona, conhecidas pelas designações de Quinta de Cima, Quinta do Meio e Quinta de Baixo.
A Residência de Verão
O Rei queria construir uma residência de Verão, tirando partido da zona da Quinta de Baixo, perto do Rio Tejo e onde hoje está construído o Centro Cultural de Belém.

Usar a Quinta do Meio, onde ampliou o Jardim que fazia fronteira com um Palácio que já existia e que é hoje o Palácio de Belém, da Presidência da República. D. João V melhorou estes jardins com esculturas, algumas vindas de Itália.
Na Quinta de Cima, com uma vista deslumbrante, foi mais tarde construido o Palácio da Ajuda e o Jardim Botânico da Ajuda.
Real Barraca, o novo Paço
Em 1755 dá-se o maior sismo de que há memória em Portugal e um dos mais terríveis no Mundo. D. José I vivia no Palácio, à beira Rio, o Paço da Ribeira.

O Paço da Ribeira foi habitado pelos Reis mais de 250 anos. A família Real habitou o Paço das Alcáçovas, no Castelo de S. Jorge e foi D. Manuel I que quis vir viver perto do centro da construção de naus e do comércio, no período das Descobertas.
Destruição do Paço da Ribeira
No terramoto de 1755, o Paço Real foi totalmente destruído e o Rei D. José I, não quis mais viver em Lisboa. Foi viver para um Palácio em madeira construído na Quinta de Cima e conhecido por Paço de Madeira ou Real Barraca. D. José aí viveu, até falecer em 1777.

Alguns anos depois, em 1794, a Real Barraca foi também destruida, por um incêndio.
Após este incêndio e apesar de haver outros Palácios onde a família real poderia ficar, como o Palácio das Necessidades, Palácio de Belém e o Palácio de Queluz, quis a realeza construir o Palácio da Ajuda e perto da Real Barraca.
Construção do Palácio da Ajuda

A obra foi entregue a dois arquitectos neoclássicos, que era o estilo à Época. Francisco Xavier Fabri, italiano de Génova e autor das primeiras escavações do Teatro Romano de Lisboa, soterrado pelo terramoto de 1755 e descoberto em 1798 e José da Costa e Silva, autor do Teatro de S. Carlos em Lisboa e que acabou por ir para o Brasil na sequência das Invasões Francesas. Deve-se a ele a obra do Real Teatro de São João no Rio de Janeiro, hoje chamado Teatro João Caetano.
A obra do Palácio da Ajuda, foi iniciada em 1795 mas foi interrompida pelas Invasões Francesas de Napoleão em 1807. Teve várias tentativas de finalização, mas até agora nunca foi concluido.

D. Luis I, que subiu ao trono em 1861, passa a residir no Palácio da Ajuda e faz obras para o tornar habitável e adaptar aos novos tempos, com iluminação, conforto e higiene íntima, entre outras.

Aqui nasceu o futuro Rei D. Carlos que quando coroado decide viver em Belém e mais tarde nas Necessidades. O Palácio da Ajuda ficou para D. Maria Pia viver e mais tarde para cerimónias oficiais.

Jardim Botânico da Ajuda
Na Quinta de Cima, o Marquês de Pombal mandou plantar o Jardim Botânico da Ajuda. A obra foi feita entre 1768 e 1794, na zona onde estava a Real Barraca.
O Jardim Botânico da Ajuda é muito agradável, com o azul do mar e do rio a ver-se entre a folhagem que ondula com a brisa que sopra da barra do Tejo.
Foram plantadas mais de cinco mil espécies, de acordo com o sistema de Carlos Lineu. O Rei D. José podia assim ensinar os seus príncipes a poderem ter uma visão mais alargada das várias espécies existentes no Mundo, incluindo Angola, Brasil e Cabo Verde entre outras.
Domenico Vandelli, um dos criadores do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, foi chamado por Pombal para conceber e gerir este jardim.
A primeira Invasão Francesa, em 1807, destroi a maior parte desta coleção e impede a progressão do Jardim Botânico da Ajuda.

Só com o regresso de D. João VI do Brasil, em 1821, após as invasões napoleónicas, o jardim volta a ser regenerado, contando com a nomeação para seu conservador, do botânico e professor da Universidade de Coimbra, Félix de Avelar Brotero.
Passou a poder ser visitado pelo público, após a revolução republicana e está hoje na dependência do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

Veja Também:
- Jardim Botânico e Palácio da Ajuda
- História da Praça do Comércio em Lisboa
- Museu de Etnologia
- Palácio de Estoi
- Quinta da Bacalhoa e Palácio da Bacalhoa
- Palácio dos Condes de Óbidos
- Biblioteca de Mafra