Para enriquecer a nossa agenda de locais a visitar e para descobrir Portugal, depois da nossa visita ao Palácio dos Condes de Óbidos vamos continuar a descobrir Portugal, na Biblioteca do Convento de Mafra. Numa noite estrelada de Verão fomos visitar a Biblioteca de Mafra. Um dos locais a visitar, tal como as obras de Miró no Palácio da Ajuda.
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Parece estranho?
A ideia desta visita noturna, para além de querer conhecer a tão bela Biblioteca de Mafra e a sua história, pretendia também proporcionar um encontro com os nossos “amigos” morcegos que, ao longo de todo este tempo, têm zelado pela saúde dos livros e ajudado a cuidar de tão grandioso espólio.
Entramos no Palácio de Mafra e, passada a primeira sala, eis que

no corredor imediatamente a seguir somos surpreendidos por diligentes senhoras que faziam a limpeza do Palácio de Mafra.

Elas entreolharam-se e, surpreendidas pela visita tardia, questionaram se não seríamos os convidados da Corte que eram esperados por El Rei na manhã do dia seguinte.
Claro que éramos!
Tínhamos chegado mais cedo porque o caminho até lá estava muito bem cuidado e permitira encurtar o tempo da viagem.
Nesta aventura para descobrir Portugal este era um ponto importante da descoberta.
Muito prestimosas, as nossas primeiras anfitriãs começaram a tratar de nos acomodar durante essa noite. O Rei e a Rainha ainda não tinham chegado e, por isso, pudemos dar uma volta e conhecer o Palácio.
Encontrámos o retrato do Rei…

…e o da Rainha.

E eis que chega o Duque afável que nos vem dar as Boas-Vindas e,

por ele guiados, passámos pela sala de música onde, muitas vezes, os Reis desfrutavam com os seus convidados de bons momentos musicais.

Fomos então conduzidos pelo Duque à Biblioteca do Convento de Mafra.

A compra de livros para esta Biblioteca de Mafra, foi iniciada pelo rei D. João V.
Nela, há cerca de 36.000 volumes, alguns dos quais contendo vários livros, não se sabendo ao certo a quantidade exacta.
A importância deste acervo foi reconhecida pelo Papa Bento XIV que em 1754 proíbe a saída de obras da Biblioteca do Convento de Mafra, sem autorização Régia, sob pena de excomunhão e autorizando até o Rei a incluir obras proibidas pelo Index existente.
Algumas destas “obras proibidas” colocadas nas estantes do piso superior da Biblioteca, têm uma inscrição distintiva que não levantasse suspeitas a eventuais curiosos.
Há uma certa ligação com a Universidade de Coimbra, criada em 1290 por D. Dinis e a sua Biblioteca Joanina, dado que o início desta Biblioteca, em 1717, é simultâneo com o arranque da construção do Palácio Nacional de Mafra.
É precisamente nesta altura que são feitas grandes aquisições de livros no estrangeiro, enviando o Rei emissários com a missão de encontrar as obras mais recentes e as melhores, adquirindo-as diretamente aos editores ou recorrendo a leilões. Esses livros irão ser distribuídos por Mafra, Palácio das Necessidades e Biblioteca do Paço, destruída pelo terramoto de 1755.
Estamos em pleno Iluminismo e parece que D. João V queria concentrar aqui todo o conhecimento existente até à data.
A Casa da Livraria como também é chamada, foi iniciada com a compra das obras por D. João V, como se referiu, mas o espaço e a construção das estantes foi conduzida no tempo de D. José I. Ficaram prontas por volta de 1790 e, por isso, os livros embora catalogados estavam distribuídos por duas salas. Foram reunidos nesta sala e necessária uma nova orgânica. Foi Frei João de Santa Anna que organizou a Biblioteca em termos que se podem considerar, ainda hoje, modernos e eficazes.
Os morcegos que durante a noite cuidam da Biblioteca de Mafra, sem que se saiba por onde entram ou saem, ajudam a manter os livros, alimentando-se dos pequenos insetos que vivem do seu pó, resultante em grande parte da libertação de partículas de celulose que os constituem. É uma relação de parceria autossustentável.

Finalmente e para ilustrar os passeios em Portugal, veja também o vídeo do Interior da Biblioteca do Convento de Mafra, no Palácio de Mafra, um belo Património que herdámos.
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Parabéns pelo projeto! Sou a Ana Paula do blog “Janela Singular” Fiquei imensamente feliz em saber que usou esse nome tão lindo para blog masculino. Desejo-lhe sucesso! Abraços
Obrigado Ana Paula e todo o sucesso para si. Abraços.