O cromeleque dos Almendres em Évora, com mais de cem menires, é um local de fascínio e mistério, onde se apresentam sinais dos tempos do Neolítico, cerca de 6.000 anos Antes de Cristo. Desta centena existem atualmente noventa e cinco monólitos ou menires, dispostos em forma circular ou elíptica.
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Cromeleque dos Almendres, da Pré-história até agora
Este monumento pré-histórico constituído por uma centena de menires, também designados menhires, é um monumento megalítico de pedra que é fixada verticalmente no solo. (Fonte: Mário Varela Gomes, (Universidade Nova de Lisboa).
Em português também se denomina perafita, do latim petra ficta (pedra fixa). O termo existe na Galiza sob a forma Piedrafita. (Fonte: Infopédia).
A relevância deste Cromeleque passa pela sua grande dimensão e pelo bom estado de conservação em que se encontra.
O Cromeleque dos Almendres perto de Évora é o maior que se encontrou até ao momento em Portugal e Espanha e um dos mais importantes e antigos de toda a Europa. O famoso Stonehenge foi edificado 2.000 anos depois.
O Cromeleque dos Almendres foi sendo edificado e modificado ao longo de três milénios, tendo sido começado no final do período Neolítico, cerca de 6.000 a.C.
O sentido místico e sagrado destes espaços megalíticos, mega (grande) e lithos (pedra) deve-se ao facto de estarem alinhados no sentido Este-Oeste, o sentido da movimentação do Sol e da Lua.
No Solstício de junho, se olharmos do Cromeleque dos Almendres para o Menir dos Almendres, a 1300 m de distância, veremos a posição onde o Sol nasce, precisamente a Este.
As Novas Comunidades Agro-Pastoris
Parece, portanto, que este foi um local onde os caçadores-coletores, destes tempos neolíticos, se fixaram na região tornando-se, assim, as primeiras comunidades agro-pastoris.
O caçador-coletor ou caçador-recolector vive da caça de animais selvagens e da recolha de plantas silvestres, o primeiro modo de subsistência do Homo Sapiens, herdadas do mundo animal em particular dos primatas.

A comunidade que habitava este território, reunia-se nestes cromeleques para celebrar os grandes ciclos da natureza, sejam relacionados com o Sol e a Lua, sejam com a fecundidade dos solos e pecuária, sejam de natureza sagrada.

Nalguns menires, ainda se conseguem vislumbrar vestígios de gravuras rupestres, embora muito apagadas pela erosão.
Os menires 2 e 5 parecem apresentar formas antropomórficas e no 1 e no 4 consegue-se visualizar círculos, serpenteados e “covinhas” (pequenos buracos esculpidos na pedra). Também nos menires 3 e 5 vislumbram-se “báculos”, bordões altos e curvos na parte superior, uma espécie de cajados de pastor.
À entrada do monumento encontra-se um esquema com a posição dos menires com gravuras.

Esta fotografia tirada ao pôr do Sol permite visualizar as gravuras deste menir do Cromeleque dos Almendres.

Bem perto do Cromeleque de Évora pode ver-se uma reconstituição do que poderia ter sido a forma de viver desta comunidade.

Merece uma visita, bem perto de Évora e onde pode encontrar outras paisagens megalíticas. A zona tem vegetação muito característica do Alentejo, azinheira, sobreiro, carvalho e carrasco, entre outros. A União Europeia inclui este habitat como Zona Especial de Conservação (ZEC) da qual depende, também, a preservação de espécies como o Grous e o Lince Ibérico.
Mapa da Localização
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