Quadros de Miró em exposição “Joan Miró – materialidade e metamorfose” no Palácio da Ajuda em Lisboa. Fomos ver as obras de Miró nesta Exposição Joan Miró. Até 8 de janeiro de 2018.
Tempo de leitura: 6 minutes
Índice
Já tinhamos visto a exposição em Serralves no Porto, mas esta era a oportunidade não só de ver todos os 85 quadros de Miró, da coleção pertencente ao antigo Banco BPN, mas também revisitar o Palácio Nacional da Ajuda.
Mas quem foi Joan Miró?
Nasceu em Barcelona em 1893, esteve em Paris e passou sempre as férias em Montroig, perto de Barcelona, onde os pais tinham uma quinta. Em 1956 muda-se para a terra de sua mãe, Palma de Maiorca, onde vem a falecer em 1983.
Esta exposição Joan Miró, tem obras de pintura, desenho, escultura, colagem e tapeçaria (“sobreteixims”) que Miró realizou entre 1972 e 1973.
Há na exposição tapeçarias suspensas e sobreteixims cujo suporte é feito de sacos de serapilheira, usados para transportar farinha e encontrados por Miró numa antiga fábrica, onde produziu muitos destes trabalhos.
Joan Miró explora a polivalência dos signos visuais, como os pássaros, a mulher, as estrelas, a lua , o sol e as constelações e usa cores bem vivas, como o azul, amarelo, vermelho, o branco e o preto.
Logo à entrada, das obras de Miró, encontramos uma mulher com um pássaro.


E mais à frente, esta outra.
Os pássaros voam, talvez venham poisar no ombro.
Gostamos destas pinturas abstratas e dos símbolos que Miró criou nas suas obras.
Olhamos para os quadros de Miró e as suas cores, as linhas fluidas, as estrelas, a lua e toda a simbologia que criou, fazem-nos sonhar e reacender sentimentos e emoções no interior de nós.
Tal como o pássaro, Joan Miró olhava o céu, via as estrelas e dava-lhes uma configuração ou de 5 pontas ou mesmo com 3 linhas.


A lua também aparece nos seus signos.


O Sol, nesta simbologia,
pode aparecer como um
círculo vermelho ou preto
As constelações no céu são linhas e círculos pretos.

Também vemos nas obras de Miró, os pássaros a voar. São linhas pretas terminando com uma seta.


Joan Miró sempre recusou a ideia de pintar algo abstrato, já que para ele a abstração é como uma “casa deserta”. Estava no limiar da abstração mas sempre recusou que o alinhassem entre os pintores abstratos.
Um dos quadros de Miró a não perder também é “A Fornarina”, pintado em 1939 e que Miró tomou como modelo, um retrato do Mestre renascentista Rafael Sanzio.
Dos quadros de Miró, este foi avaliado pela Christie´s em Londres, por cerca de 3 milhões de euros.
Coloquemos, então lado a lado o quadro de Rafael e o quadro de uma das obras de Miró, para comparar.


O corpo da mulher no quadro de Miró, é representado pelo triângulo negro (um dos seus símbolos) e dá uma grande preponderância aos seios e aos olhos da Fornarina, supostamente o grande amor de Rafael.
Uma visita rápida à exposição das obras de Miró, neste curto vídeo
Os quadros de Miró que integram esta exposição estavam para ser leiloadas em Londres por cerca de 35 milhões de euros para minimizar a perda que tivemos com o descalabro do BPN, mas o Governo decidiu impedir essa venda e entregar a coleção à Câmara Municipal do Porto.
Se quiser obter o catálogo da exposição basta descarregar o documento.
Catálogo da Exposição Joan Miró
Enviar o link de download para:
E se quiser saber mais sobre as obras de Miró, recomendamos este livro:

Exposição Joan Miró, não a perca!
Qualquer que seja o local onde estiver a exposição, não perca a possibilidade de ver as 85 obras de Joan Miró.
Para mim, as cores fortes e os traços definidos em interpretações muito minimalistas são os pontos fortes de Miró. As aguarelas e outras técnicas esbatem estes aspectos. Gosto particularmente da força das cores usadas.
Ainda que possa gostar, não penso que precisemos ser donos destas obras para as apreciar, e salvo algum critério económico que o justifique, não sei se devemos ignorar certas oportunidades.
As cores fortes também são da minha preferência. Entram bem fundo no nosso inconsciente.