Preparação para a Entrevista de Emprego

Preparar a Entrevista de Emprego

Chegar à entrevista de emprego é, em si, o passo mais importante de todos os que tem de preparar para tornar visíveis as suas competências técnicas e pessoais. Antes, vale a pena melhorar o curriculum vitae, ter uma página no Linkedin mais atraente e obter recomendações dos seus pares e colegas de trabalho.

É no momento em que tem de demonstrar e potenciar ao vivo as suas competências, que o resultado de todo este trabalho se revela.

É chegado o momento da entrevista de emprego, onde tudo se decide.

O seu perfil pode ser procurado pela empresa e o curriculum excelente, mas se na entrevista não conseguir mostrar as suas capacidades e experiência, dificilmente será selecionado.

Vamos então preparar a entrevista de emprego e fazer um plano para que esse primeiro contacto lhe corra de feição.

Tempo de leitura: 12 minutes

O que deve saber sobre as entrevistas de emprego

Acontecimento do dia

Faça da entrevista o acontecimento do dia, não marcando outros eventos ou compromissos para uma hora antes e duas horas depois do que estima ser o final da entrevista.

Não corra o risco de ter um compromisso cujo início seja próximo do final da entrevista de emprego. Isso iria provocar-lhe stress, obrigá-lo-ia a estar constantemente a olhar para o relógio, o que será interpretado como um sinal de pouco respeito.

Além disso, o seu nervosismo e o querer que a entrevista acabe o mais depressa possível, vai alterar o seu comportamento e torná-lo diferente do que o que pretende evidenciar.

Pontualidade

A pontualidade é a primeira coisa que vão notar, chegar muito cedo ou muito atrasado.

Vai mostrar na prática que não planeia a sua atividade muito bem e, por isso, é meio caminho andado para que o resto da entrevista não vá correr bem.

O entrevistador vai pensar que a entrevista não é importante para si e não respeita as pessoas que o aguardam.

Ao invés, se os entrevistadores se atrasarem, o que também denota falta de planeamento, tome nota e acautele a sua decisão. Ninguém quer ir para uma empresa que não dá importância à seleção dos seus quadros.

Mas, também, é possível que façam deste atraso uma estratégia para que o entrevistado fique nervoso.

Por isso, quando entrarem para a entrevista de emprego, observe com cuidado o que dizem. Se apresentarem uma boa desculpa, aceite e diga que parte do princípio que, com a avalanche de trabalho que ocorre sempre nesta fase de recrutamento, planeou a sua vinda com o cuidado suficiente para não ter conflitos de agenda com mais ninguém. Mostra aqui que é um bom planeador do seu trabalho e que respeita o dos outros.

Assim, da sua parte não há qualquer problema e podem estar à vontade, não se sentindo pressionados e levarem a cabo a entrevista de forma tranquila.

Por isso preparar-se para a entrevista de emprego é crucial e, pequenos detalhes, podem fazer a diferença.

Mostrar confiança

Se, porventura, chegar atrasado, apresente uma boa desculpa. Não valem as desculpas esfarrapadas do costume, que o trânsito era muito ou que teve dificuldade em encontrar o local.

Ao preparar a entrevista, tem de ter o cuidado de dar algum tempo extra para dificuldades imprevistas. 

Também não é bom chegar muito cedo e ficar na receção a aguardar pela sua hora.

Planeie chegar mais cedo, vá beber um café e relaxe.

Aponte para chegar três minutos mais cedo à receção, aproveite para ir à casa de banho, verificar como está, arranjar o cabelo, lavar as mãos para não chegar com elas suadas, se estiver no Verão, ou geladas se for Inverno.

Enquanto espera, respire fundo várias vezes e relaxe.

E não esqueça de desligar o smartphone.

As perguntas que lhe poderão fazer na entrevista de emprego

Não existe propriamente um “check list” com as perguntas que os entrevistadores podem fazer.

Mas há algumas, fáceis de prever, que poderão ser feitas.

Pense nas perguntas que lhe poderão fazer, mesmo em algumas que podem ser difíceis de responder, e prepare as respostas.

Quer as questões lhe sejam colocadas ou não, fica mais bem preparado e, por isso, mais confortável para dar respostas de boa qualidade.

Razões que o levaram a candidatar-se a esta função?

Não vá aqui dizer que acha a função muito gira e que gostava muito de a ocupar.

Se estiver a fazer uma entrevista de emprego e alguém lhe disser isto, o que pensa deste candidato? Recrutá-lo-ia sem hesitação? Ou ficaria a pensar que o candidato não tem maturidade suficiente para a função a que se candidata?

Ao invés, fale um pouco de si, faça a ligação das competências que tem, técnicas e comportamentais e diga porque é que nesta função poderá ter um grande sucesso.

Se tiver possibilidade evidencie objetivos que cumpriu e que serão interessantes para a função a que se candidata ou, não tendo essa possibilidade, apresente cartas de recomendação que certifiquem as suas competências.

Quais as razões que o levam a pensar que devemos recrutá-lo?

Aqui, tem de demonstrar que conhece o negócio da empresa a que se candidata.

Deve previamente informar-se sobre a empresa, saber qual a sua área de negócio, além de outros detalhes, consultando a Internet e perceber se existem comentários sobre a empresa.

Pode utilizar a plataforma Linkedin, quer na parte relativa a empresas, quer através das pessoas que trabalham nesta empresa.

Veja o conteúdo do site, se existir.

Obter informações sobre volume de negócio, dados económicos e financeiros, consultando empresas especializadas em fornecer este tipo de informação. A Racius e a eInforma tem informação por 3 euros ou mesmo gratuita se se registar.

Teamlyzer também pode ser uma fonte de pesquisa alternativa, se for candidato a uma função ligada às tecnologias de informação.

O que sabe sobre a nossa empresa?

O trabalho que tem de ser feito para preparar a entrevista de emprego deve permitir saber qual o negócio da empresa, quantos colaboradores tem, qual a missão, o volume de faturação, entre outros, pois conhecer a empresa e o produto ou serviço que disponibiliza pode tornar a sua candidatura mais interessante para quem o entrevista.

Ainda, a referência a alguns marcos no seu processo de desenvolvimento, mais correlacionados com a empresa a que se candidata, podem potenciar o interesse.

Mesmo alguns dos seus hobbies podem aproximá-lo dos requisitos que a empresa procura.

Enfim, porque quer trabalhar nesta empresa ou, de outra forma, com aquilo que avaliou da empresa ficou curioso para saber mais sobre o cargo, os desafios e se os seus objetivos profissionais de médio e longo prazo poderiam ser alcançados.

Que conquistas e fracassos teve na sua carreira?

Seja honesto, mas tente não fazer da sua vida um completo fracasso.

Não diga que nunca teve um fracasso. Pense naqueles que teve e a forma como os conseguiu superar.

Quanto a conquistas é mais fácil identificá-las e, também, mais fácil  dizê-las.

Durante a entrevista de emprego torne uma hipotética derrota numa vitória!

Mostre que é resiliente e que não desmoraliza quando algo não corre como gostaria.

Como antevê a evolução da sua carreira?

Nem tudo é dinheiro. Ter possibilidades de progredir e, sobretudo, de aprender é muito importante.

Por isso, diga como gostaria de evoluir na empresa nos próximos anos. Assim, mostra o que pretende da empresa e a empresa tem a oportunidade de mostrar se é a pessoa certa para a vaga que oferecem.

É importante ter objetivos e que sejam atingíveis. Preparar a entrevista é também clarificar estes pontos para si próprio.

Porque quer deixar o seu emprego atual?

Dizer que vai ou quer sair do seu emprego pode colocá-lo numa situação negocial difícil.

Se está decidido a sair porque não gosta da empresa onde está, pode dar a ideia de que não tem capacidade de resolver problemas e é pouco resiliente.

Ao entrar numa nova empresa, provavelmente haverá situações que não são agradáveis, não vai conseguir resistir e tornará a sair.

Neste caso, quem o está a recrutar vai considerar que é uma perda de tempo dar-lhe a oportunidade de ingressar nos quadros da empresa, para mais tarde sair.

Não diga mal da empresa onde trabalha. Pode revelar um caráter negativo e, em caso de dúvida, o recrutador não arrisca.

Em alternativa, escolha o caminho de que está sempre disposto a encarar a mudança se for interessante e desafiadora, que acrescente valor ao seu desenvolvimento.

E, claro, dependendo das condições que lhe propuserem.

Está em processo de candidatura a outras empresas? Foi selecionado para alguma entrevista de emprego?

Se tem conta no Linkedin, pode aproveitar para dizer que através desta plataforma está sempre em contacto com possíveis alternativas de colaboração e, por isso, julga conhecer as condições do mercado e as oportunidades em vários tipos de função.

Quais os seus pontos fortes e pontos fracos?

Do ponto de vista das capacidades técnicas pode referir aquelas coisas em que tem muita experiência. Sublinhe a parte que lhe é favorável.

De qualquer modo, todos temos pontos que precisam de melhoria. Não lhe chame pontos fracos.

Se, durante a entrevista de emprego, os entrevistadores o disserem, é porque são pouco cordiais, ou estão a fazer de propósito para o tentarem humilhar.

Diga uma ou duas coisas que está a tentar melhorar e como o está a fazer. Podem ser cursos ou seminários que está a frequentar ou em que está inscrito.

Pode, ainda, ser um curso de e-learning ou algo similar e que, eventualmente, até lhe conferem uma certificação que gostaria de acrescentar ao currículo.

Quanto às suas capacidades pessoais enfatize as competências que são mais relevantes e, em relação às que podem ser melhoradas, o que faz para o conseguir.

Por exemplo, se algumas pessoas acham que tem dificuldade de comunicação, dizer que ultrapassa essa questão com acompanhamento mais frequente do trabalho, que é largamente compensado porque cria maior empatia com o grupo.

Enfim, é um exemplo, mas tem de ser verdadeiro e se possível, demonstrável.

As soft skills dos candidatos são hoje cruciais no recrutamento.

Com que tipo de pessoas gosta mais de trabalhar e das que gosta menos?

É uma questão difícil que pode ser até discriminatória.

É bom que seja capaz de trabalhar com todos e que tenha capacidade para se adaptar a pessoas com diferentes personalidades.

Prefere trabalhar em equipa ou individualmente?

Depende da função a que se candidata.

Vamos admitir que gosta de trabalhar sozinho e não gosta de trabalhar em grupo. Se o posto a que se candidata é para trabalhar em grupo, então não perca tempo e não se candidate.

Como se sentiria se estivesse numa função de liderança?

Se fica ou não confortável, é uma questão que deve pensar. Liderar não é ser chefe. É ser capaz de ouvir as pessoas e, mais do que criar consensos, é tomar decisões.

Precisa de lidar bem com situações de pressão, conflito e mudança.

Que tipo de horários prefere? Tem alguma limitação?

Tem de ponderar sobre as limitações que tem e de que forma se pode flexibilizar, caso haja uma mudança de horário.

Se passou pelo período do confinamento e teve de trabalhar remotamente, tem uma experiência muito particular que pode partilhar e salientar, apesar de todas as dificuldades que teve de ultrapassar.

Questões que deve colocar

As perguntas a fazer dependem do perfil da empresa e do cargo a que se candidata e se, ainda, não tiverem sido discutidas.

Algumas perguntas são recomendáveis para que os entrevistados possam obter mais informações sobre o cargo e a empresa, mas também para demonstrar interesse e empenhamento.

Por exemplo,

  • Quais os principais desafios que se colocam no curto e médio prazo,
  • Qual o processo de avaliação de desempenho dos colaboradores,
  • Quais as oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional,
  • Qual o próximo passo do processo seletivo e quando terá feedback.

As expressões gestuais que normalmente não se apercebe

Tem de ter particular cuidado a alguns gestos que são frequentemente utilizados por si e que podem dar um sinal de nervosismo e pouca confiança em si próprio, durante a entrevista de emprego.

São pequenos sinais que podem colocar em risco o resultado da entrevista.

Por exemplo, ficar muito estático ou pelo contrário estar sempre a mexer as pernas e braços.

Roer as unhas ou “tirar macacos do nariz” nem vale a pena mencionar. É interpretado como má educação e pouco respeito pelos entrevistadores.

Estar sempre a tremer as pernas, a coçar o ouvido, mexer as mãos ou no cabelo, são sinais e tiques que deve combater.

Como deve negociar as condições que lhe interessam

Quanto quer ganhar? Dê-me um número!

É nesta fase da entrevista em que estamos claramente num processo negocial em que uma das partes, o recrutador, usa o seu poder para intimidar a outra parte.

Não se intimide. Faz parte da entrevista de emprego e do processo negocial.

Opte por uma atitude relativamente evasiva, mas não revele insegurança.

As condições não são só o salário

Diga que pode haver na empresa condições que podem envolver muito mais variáveis do que o salário e, por isso, não pode avançar com um valor, porque não conhece as regras da empresa. É o chamado salário emocional.

Se as suas aptidões e competências são ajustadas ao que a empresa precisa, tenha a certeza de que a empresa não deixará de lhe atribuir uma remuneração justa.

A remuneração e condições que uma empresa atribui a um colaborador não são o único fator relevante. A experiência e capacidades de trabalho do colaborador são igualmente cruciais para a empresa.

Contraproposta

Se lhe fizerem uma proposta inferior à sua ideia inicial, então diga que esperava de facto uma proposta de valor superior.

Se a proposta estiver longe do que espera, digamos menos de 10%, diga que, com esses valores, não é possível chegar a acordo e tente encerrar a sessão e ficar por ali.

Se for inferior, mas num intervalo de cerca de 5% (que seja aceitável para si) então sugira um intervalo de valores entre um mínimo e um máximo, mas começando num mínimo com 10% mais do que a proposta que apresentaram.

Se continuarem a negociação, então já estão lançadas as bases para se chegar a um acordo.

Lembre-se que um bom acordo tem de ser bom para ambas as partes.

Preparar a entrevista de emprego com estudos de mercado

Previamente deve fazer uma pesquisa dos valores que se praticam no mercado, eventualmente se tiver as contas da empresa pode tentar perceber quais as remunerações que são aí praticadas.

Outra hipótese é através do Linkedin, da Michael Page ou com os estudos da Mercer que alguns empregadores utilizam. Tente encontrar alguém que tenha acesso a este tipo de informação.

Finalmente, se o potencial empregador, em dificuldade negocial, lhe disser que vai contactar os empregadores anteriores para confirmar os dados ou os salários, uma situação impensável de acontecer, mas a acontecer é reveladora de pouco respeito por si, colocando em causa a sua palavra. Pense bem se quer esse emprego.

Tenha sempre presente:

Acreditar + Atitude Assertiva = Desenvolvimento

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