As emissões de dióxido de carbono (CO2) são uma das principais fontes responsáveis pelas alterações climáticas. Outros gases com efeito de estufa incluem o metano, o vapor de água, o óxido nitroso e gases fluorados.
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Índice
- Evolução das emissões de CO2, gases com efeito de estufa, nos últimos 120 anos
- Como se devem avaliar as emissões de carbono
- Emissões de dióxido de carbono per capita
- Emissões totais de CO2 por país
- Os 10 Países no topo dos maiores poluidores
- China – 10.67 Mil Milhões de Toneladas
- Estado Unidos (EUA) – 4.71 Mil Milhões de Toneladas
- Índia – 2.44 Mil Milhões de Toneladas
- Rússia – 1.58 Mil Milhões de Toneladas
- Japão – 1.03 Mil Milhões de Toneladas
- Irão – 745 Milhões de Toneladas
- Alemanha – 644 Milhões de Toneladas
- Arábia Saudita – 626 Milhões de Toneladas
- Coreia do Sul – 598 Milhões de Toneladas
- Indonésia – 589 Milhões de Toneladas
- Qual a evolução de Portugal
Embora seja difícil quantificar todas as emissões de gases de efeito estufa, os dados sobre as emissões de dióxido de carbono fornecem uma forma rápida de entender a gravidade do seu impacto.
Evolução das emissões de CO2, gases com efeito de estufa, nos últimos 120 anos
Os dados mais recentes do Global Carbon Project e na análise Our World in Data permitem mostrar os 5 principais países com as maiores emissões de dióxido de carbono em 2020, e a evolução nos últimos 120 anos.

Como se devem avaliar as emissões de carbono
Devem as emissões ser avaliadas pelo valor total das emissões de cada país ou analisadas pelas emissões emitidas per capita?
Alguns especialistas defendem que o valor total das emissões será a forma mais correta de identificar quem mais contribui para o agravamento das condições climáticas.
Países como a China têm emissões das mais elevadas do Mundo, dada a sua dimensão e população enormes.
Com a globalização, a China que agora produz os bens que são usados por pessoas em todo o mundo deve ter as suas emissões avaliadas de forma distinta.
Por exemplo, a diferença entre o anidrido carbónico usado na produção e no consumo nos EUA é muito menor que o da China.
Assim, grande parte das emissões de CO2 nos EUA provêm das pessoas enquanto na China vêm do fabrico de produtos que vão para o resto do Mundo.
Por isso, outros especialistas pensam que a quantidade de emissões produzidas por pessoa é o indicador apropriado.
Desta forma os países com menor população podem ser comparados com os que têm maior população.
As emissões per capita são mais altas nos países produtores de petróleo e em algumas nações insulares, refletindo os enormes custos de energia que o negócio de petróleo tem no meio ambiente global – mesmo antes que esses combustíveis fósseis sejam queimados.
Emissões de dióxido de carbono per capita

O mapa anterior dá uma ideia das emissões mundiais de CO2, per capita, em 2020.
Destacam-se, de seguida, os 15 países com um índice anual de emissões de CO2 per capita mais elevado:
Rank | País | Emissão Anual CO2 (per capita) |
---|---|---|
1 | Qatar | 37.0193 |
2 | New Caledonia | 30.4482 |
3 | Mongolia | 26.9780 |
4 | Trinidad and Tobago | 25.3731 |
5 | Brunei | 23.2203 |
6 | Kuwait | 20.8251 |
7 | Bahrain | 20.5456 |
8 | Curacao | 20.3234 |
9 | Saudi Arabia | 17.9672 |
10 | Kazakhstan | 15.5158 |
11 | Australia | 15.3684 |
12 | United Arab Emirates | 15.1933 |
13 | Sint Maarten (Dutch part) | 14.5390 |
14 | United States | 14.2379 |
15 | Canada | 14.1969 |
Há várias fontes de dados que têm por objetivo quantificar as emissões de carbono.
O Índice da Agência Internacional da Energia só inclui as emissões provenientes da combustão dos produtos derivados do petróleo, enquanto o Global Carbon Project inclui também a produção de cimento, um dos maiores emissores de CO2.
Emissões totais de CO2 por país
O mapa seguinte dá uma ideia global das emissões de CO2 no Mundo em 2020:

Já os 15 países com maior emissão de CO2 são os seguintes:
Rank | País | Emissões CO2 Anuais |
---|---|---|
1 | China | 10,667,887,453 |
2 | United States | 4,712,770,573 |
3 | India | 2,441,792,313 |
4 | Russia | 1,577,136,041 |
5 | Japan | 1,030,775,384 |
6 | Iran | 745,035,109 |
7 | Germany | 644,310,352 |
8 | Saudi Arabia | 625,507,882 |
9 | South Korea | 597,605,055 |
10 | Indonesia | 589,500,368 |
11 | Canada | 535,822,990 |
12 | Brazil | 467,383,500 |
13 | South Africa | 451,957,087 |
14 | Oceania | 444,571,198 |
15 | Turkey | 392,794,051 |
E com a seguinte evolução de 2000 até 2020:

Os 10 Países no topo dos maiores poluidores
Vejamos algumas características dos primeiros dez países no topo dos maiores poluidores, de acordo com a relatório do Global Carbon Project.
China – 10.67 Mil Milhões de Toneladas
Per Capita: 7.41 tons per capita
A China é o maior contributor de emissões de carbono no Mundo.
No entanto, pelo facto de também ter uma grande população as suas emissões per capita são substancialmente menores.
A China ainda utiliza o carvão como principal fonte energética para a sua indústria e para as famílias.
A China tem como objetivo atingir a neutralidade carbónica em 2060.
Estado Unidos (EUA) – 4.71 Mil Milhões de Toneladas
Per Capita: 14.24 tons per capita
Os EUA são o 14º país na emissão per capita de CO2, mas como têm uma população muito maior do que outros países, são os principais emissores.
Essa combinação de uma grande população e das emissões per capita elevadas traduzem-se num impacto desproporcional nas mudanças climáticas, em comparação com muitos outros países.
As emissões vêm do carvão, petróleo e gás usados para gerar eletricidade para residências, indústrias e transporte.
Desde aproximadamente o ano 2000, as emissões de CO2 dos EUA têm apresentado uma tendência de queda, impulsionada por uma redução significativa na utilização do carvão.
Índia – 2.44 Mil Milhões de Toneladas
Per Capita: 1.77 tons per capita
A Índia está no topo desta lista de emissores de gases com efeito de estufa, devido a uma grande população, embora as emissões per capita sejam menores do que em muitos outros países.
Em comparação com os Estados Unidos, a contribuição da Índia para o CO2 só aumentou nos últimos 30 anos, enquanto a dos Estados Unidos começou a aumentar há cerca de 120 anos.
Ainda assim, a contribuição da Índia para a poluição mundial de CO2 vem aumentando ano após ano, e mais rápido do que a média.
As emissões da Índia resultam de uma combinação tanto da geração de eletricidade para a sua crescente população, como para abastecer a indústria do país.
Rússia – 1.58 Mil Milhões de Toneladas
Per Capita: 10.81 tons per capita
A Rússia utiliza mistura de carvão, petróleo e gás natural para gerar eletricidade, principalmente para aquecer as casas das famílias e a sua indústria.
Desde a década de 1990, o país reduziu sua dependência de carvão e petróleo e aumentou a utilização de gás natural.
A Rússia também tem planos para reduzir as emissões de CO2 em 30% até 2030, o que pretende alcançar através de uma combinação de novas ferrovias de passageiros movidas a hidrogénio, reduzindo a dependência do carvão e aumentando a utilização de gás natural.
Japão – 1.03 Mil Milhões de Toneladas
Per Capita: 8.15 tons per capita
Desde 2013 as emissões de carbono do Japão estão em uma tendência de queda significativa.
As emissões vêm principalmente do consumo direto de combustíveis fósseis do país para sua população densamente concentrada nas cidades e algumas indústrias, embora o Japão, como país insular, também importe de outros países.
O Japão estabeleceu a meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Irão – 745 Milhões de Toneladas
Per Capita: 8.87 tons per capita
Talvez não seja surpreendente para uma nação rica em petróleo que a grande maioria das emissões de carbono do Irão venham do petróleo e do gás, com quase nenhum carvão. A maior parte de suas emissões líquidas vem das mesmas áreas que a maioria dos países: geração de eletricidade e calor, edifícios e transporte. Onde o Irão difere de muitos outros nesta lista é na categoria de emissões fugitivas, ou seja nos vazamentos de tanques de armazenamento e oleodutos.
O Irão não ratificou o Acordo de Paris. No entanto, existem formas de o país reduzir significativamente as emissões, melhorando a eficiência das indústrias.
Alemanha – 644 Milhões de Toneladas
Per Capita: 7.69 tons per capita
As emissões de CO2 da Alemanha estão em tendência de queda desde cerca de 1980, em particular, com a redução no consumo de carvão, bem como reduções no petróleo, enquanto o gás natural permaneceu praticamente o mesmo. A maioria dos combustíveis fósseis queimados são para aquecimento e eletricidade, seguidos por transporte e edifícios.
O Plano de Ação Climática 2050 do país inclui metas para a redução dos gases de efeito estufa em 55% dos níveis de 1990 até 2030 e 80% a 95% até 2050, para chegar o mais próximo possível da neutralidade de carbono.
Arábia Saudita – 626 Milhões de Toneladas
Per Capita: 17.9 tons per capita
As emissões de gases com efeito de estufa vem essencialmente do petróleo e um pouco do gás natural. Esses combustíveis são usados para gerar eletricidade, transporte, indústria e construção, bem como para abastecer a indústria do petróleo.
Ao contrário do Irão, a Arábia Saudita assinou o Acordo de Paris em 2015 e, embora a redução das emissões de carbono tenha sido lenta, há um compromisso de reduzir estas emissões até 2030.
Coreia do Sul – 598 Milhões de Toneladas
Per Capita: 11.7 tons per capita
A Coreia do Sul produz a maior parte de suas emissões de carbono queimando combustíveis fósseis para gerar eletricidade e calor. Seguem-se o transporte, a fabricação e a construção.
A Coreia do Sul também planeia tornar-se neutra em carbono até 2050.
Indonésia – 589 Milhões de Toneladas
Per Capita: 2.16 tons per capita
O uso e as emissões de carvão e petróleo estão em crescendo na Indonésia, um país com mais de 17.000 ilhas no Oceano Pacífico.
A Indonésia enfrenta o grande desafio do crescimento económico e da redução das emissões de CO2. Ao mesmo tempo, essas ilhas são excecionalmente afetadas pelo aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas.
Embora a contribuição da Indonésia para o aumento dos gases com efeito de estufa seja significativa e crescente, a maior parte vem de uma fonte diferente.
A grande diferença em relação aos restantes países vem da mudança do uso da terra e no desmatamento.
É por isso que a parte mais significativa do compromisso do Governo Indonésio para reduzir as emissões de gases de efeito estufa é a proibição de novos desmatamentos para plantações de palmeiras ou extração de madeira.
Uma área florestal do tamanho do Japão já foi perdida da Indonésia.
Qual a evolução de Portugal
Analisamos agora a evolução comparada de Portugal com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa a CPLP, bem como a evolução média da União Europeia (EU) e de alguns dos países que a integram.
Comparação com a CPLP
O país com maior dimensão é o Brasil e como seria de esperar é o que tem um maior contributo em emissões de CO2 em relação aos restantes Países da CPLP.

Portugal é, dentro desta comunidade, o país com maiores indicadores de desenvolvimento humano e mostra um valor maior per capita na emissão de gases com efeito de estufa, CO2.
No entanto, mostra claramente que está em tendência decrescente.

Entre 2000 e 2020 Portugal decresceu (6.3802/3.9609) 62 % e o Brasil subiu (2.1988/1.9462) 13%.
A Guiné Equatorial que aderiu à CPLP em 2014 tem valores muito acima dos restantes.
Comparação com Comunidade Europeia
Na comunidade europeia os maiores poluidores com gases de efeito de estufa são a Alemanha e a França. O Reino Unido, embora fora da UE, ocupa o segundo lugar:

Em termos de emissões per capita Portugal está claramente abaixo da média da EU:

A evolução de Portugal desde 1900
Mostra-se a evolução dos valores totais de emissão de gases com efeito de estufa desde 1900:

Há crescimento praticamente contínuo até ao ano de 2005, iniciando-se um período de decréscimo a partir de 2005, com alguma variação entre os anos de 2014 e 2017.
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