Apesar da tendência crescente dos carros elétricos e da produção ainda limitada de hidrogénio verde, a BMW não desiste da tecnologia dos carros a hidrogénio e está agora a produzir cem viaturas para testes e verificação das suas potencialidades, em cenário de condução real.
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Em 2019 a BMW revelou no Salão de Frankfurt a criação do iX5 Hydrogen, o SUV da marca movido a hidrogénio verde.
Após quatro anos de desenvolvimento, a ideia agora é fabricar estes carros a hidrogénio para poderem ser utilizados e testados por pessoas não envolvidas no processo de criação e fabrico.

O BMW iX5 Hydrogen tem um motor elétrico de 374 cv e, além da bateria, tem dois tanques para armazenagem de 6 kg de hidrogénio a uma pressão de 700 bar.
O modelo tem uma autonomia de 500 Km e leva cerca de 3 minutos a encher os tanques de hidrogénio.

Na indústria automóvel a questão da evolução dos motores de combustão para os Veículos Elétricos a Bateria (VEB) passou a ser quase unânime.
De acordo com Oliver Zipse CEO da BMW, unicamente com os carros 100% elétricos não será possível atingir a descarbonização. Os carros a “hidrogénio verde são a peça que falta no quebra-cabeça” da mobilidade verde.
Mas além de algumas empresas nipónicas e coreanas, na BMW está-se a reconsiderar a alternativa do hidrogénio verde.
A BMW utiliza para este modelo dois tanques de hidrogénio da Toyota, mas a Honda e a Hyundai estão também a desenvolver esta tecnologia para os Veículos Elétricos com Célula a Combustível de Hidrogénio (VECH).
A questão da eficácia dos veículos elétricos e a dos carros a hidrogénio verde é discutível, mas um dos maiores benefícios do hidrogénio verde é que só emite água e calor, não emitindo, portanto, gases com efeito de estufa. Além disso o BMW iX5 Hydrogen pesa menos do que o seu equivalente com bateria de iões de lítio de alta capacidade.
Os veículos de transporte a hidrogénio fazem mais sentido em relação aos elétricos, não só pelo excessivo peso da bateria, como também pelo tempo necessário para a respetiva recarga porque isso significa perda de produtividade no transporte.
Com o aumento desse tipo de veículo a hidrogénio é natural que a rede de abastecimento seja aumentada e que, com algum esforço, se possa disponibilizar postos de abastecimento para os dois tipos de carros, elétricas e a hidrogénio verde.
Recentemente, e de acordo com o Expresso Economia de 6 março 2023, a CaetanoBus celebrou contrato com o operador alemão de transportes públicos Deutsche Bahn para a entrega de 60 autocarros movidos a hidrogénio.
A produção de hidrogénio verde é no momento muito reduzida mas, com a indústria que utiliza hidrogénio azul ou cinzento a querer mudar para uma fonte sustentável, a produção de hidrogénio verde tem de ser aumentada, permitindo maior acessibilidade aos carros.